terça-feira, 22 de março de 2016

Descoberto exoplaneta do tamanho da Terra na zona habitável

Descoberto exoplaneta parecido com a Terra na zona habitável
A anã vermelha Kepler-186 é muito menor e mais fria do que o Sol - mas a "exoterra" está bem mais próxima dela do que a Terra do Sol.[Imagem: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech]
Outras Terras
Aconteceu o que todos sabiam ser uma questão de tempo: acaba de ser encontrado um exoplaneta muito parecido com a Terra, tanto em termos de dimensões, quanto na proximidade "certa" da sua estrela.
Este é um marco no caminho para a descoberta de planetas habitáveis orbitando outras estrelas.
Nos últimos anos tem havido um progresso contínuo na busca por exoplanetas que orbitam estrelas semelhantes ao Sol, incluindo alguns exoplanetas situados na zona habitável.
Nenhum deles, porém, tinha o tamanho da Terra - os que estavam na zona habitável não tinham o tamanho da Terra, e os parecidos com a Terra não estavam na zona habitável.
Agora, depois de anos estudando dados do telescópio espacial Kepler, Elisa Quintana e seus colegas detectaram cinco planetas orbitando uma estrela conhecida como Kepler-186, situada a 500 anos-luz da Terra.
E o planeta mais distante da estrela, chamado Kepler-186F, parece estar precisamente na zona habitável da Kepler-186, é rochoso e tem praticamente o mesmo tamanho da Terra - ele é apenas 10% maior do que o nosso planeta.
Segundo os pesquisadores, essa "outra Terra" recebe a quantidade certa de radiação solar - nem demais e nem de menos - que, e aqui é bom prestar atenção no "se", se o Kepler-186F tiver água em sua superfície, essa água pode teoricamente estar no estado líquido.
Descoberto exoplaneta parecido com a Terra na zona habitável
Ilustração artística de uma "exoterra": se o Kepler-186F tiver água em sua superfície, essa água pode teoricamente estar no estado líquido. [Imagem: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech]
Geração espontânea
Como a água líquida é fundamental para a vida na Terra, muitos astrônomos acreditam que a busca por vida extraterrestre deve se concentrar em planetas onde haja possibilidade de ocorrer água em estado líquido.
O Sol, por exemplo, é distante da Terra o suficiente para não vaporizar os oceanos, mas perto o bastante para manter a água em estado líquido, o que é exigido pela maior parte da vida como a conhecemos.
A Kepler-186 é uma estrela classe M - também conhecida como anã vermelha - muito menor e mais fria do que o Sol. Contudo, o exoplaneta Kepler-186F está muito mais próximo da estrela do que a Terra do Sol, com seu ano durando 130 dias.
Muito comuns na Via Láctea, essas estrelas têm algumas características que as tornam alvos promissores para se procurar vida extraterrestre.
Por exemplo, estrelas pequenas vivem muito mais tempo do que as estrelas maiores, o que significa que há um período muito mais longo de tempo para que ocorram as reações químicas que se acredita darem origem à vida e, eventualmente, a evolução biológica - a teoria científica atual, conhecida como abiogênese, defende que a vida surge por geração espontânea, a partir de reações entre compostos inertes.
Por outro lado, as estrelas pequenas tendem a ser mais ativas do que as estrelas do tamanho do nosso Sol, o que significa que elas apresentam mais erupções solares, potencialmente disparando mais radiação em direção aos seus planetas

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=exoplaneta-tamanho-terra-zona-habitavel&id=020130140417#.VvHmnTE8pb0

Quais ETs vão nos ver primeiro?


Quais ETs vão nos ver primeiro?
A projeção da órbita da Terra em direção à esfera celeste traça uma área de busca que é apenas dois milésimos do céu inteiro. [Imagem: René Heller/Ralph Pudritz]
Trânsito planetário
A busca por vida fora da Terra - de ETs inteligentes em particular - tem ocupado muitas mentes, telescópios e radiotelescópios há anos.
René Heller e Ralph Pudritz, do Instituto Max Planck, na Alemanha, acreditam que é possível otimizar essa busca invertendo o raciocínio usado até agora para procurar pelos ETs.
As técnicas mais utilizadas visam a chamada zona habitável das estrelas, onde os exoplanetas têm temperaturas capazes de manter água em estado líquido.
Na técnica do trânsito planetário, o exoplaneta é detectado quando ele passa à frente de sua estrela em relação à Terra, o que causa uma variação no brilho da estrela, uma variação pequena, mas detectável. E já está em desenvolvimento a "espectroscopia de trânsito", uma técnica que permitirá estudar a atmosfera dos exoplanetas, detectando, por exemplo, sinais de uma civilização industrial.
Ocorre que essas técnicas não conseguem enxergar todos os exoplanetas de todas as estrelas porque os dois devem estar em um ângulo preciso quando vistos a partir da Terra.
Trânsito alienígena
Ora, e se observadores extraterrestres estiverem procurando por alienígenas - nós - usando esses mesmos métodos?
Então, se eles estão lá, podemos concentrar nossas buscas na parte do céu a partir da qual os habitantes de um exoplaneta conseguiriam detectar a Terra pela técnica do trânsito. Assim, aumentariam nossas chances de detectar sinais de uma civilização alienígena que nos visse e pudesse estar tentando se comunicar conosco.
A ideia parece boa porque a projeção da órbita da Terra ao redor do Sol em direção à esfera celeste traça uma área que equivale a apenas dois milésimos do céu inteiro. Assim, poderíamos concentrar nossas buscas nessa faixa, aumentando as chances de encontrar em planeta habitado cujos habitantes também estejam tentando fazer contato.
"O ponto-chave desta estratégia é que ela limita a área de pesquisa a uma parte do céu muito pequena. Como consequência, pode levar um tempo menor que a duração de uma vida humana para descobrirmos se existem ou não astrônomos extraterrestres que encontraram a Terra. Eles podem ter detectado a atmosfera biogênica da Terra e começado a entrar em contato com quem quer que esteja em casa," disse Heller.
Se for assim, é importante que alguém esteja de prontidão para quando o telefone tocar, defendem os dois pesquisadores. E, como já temos os radiotelescópios para tentar detectar essas ligações, bastará apontá-los para as regiões mais promissoras.

Quais ETs vão nos ver primeiro?
Projeção no céu das estrelas de onde seria possível enxergar a Terra pela técnica do trânsito planetário. [Imagem: René Heller/Ralph Pudritz]
Estrelas candidatas
Um levantamento inicial indicou cerca de 100.000 estrelas que podem ter planetas na posição adequada para ver a Terra pela técnica do trânsito.
Como isso ainda é muito, a dupla levou em conta a idade das estrelas, já que é importante que elas não sejam jovens demais para que a vida tenha tido tempo para se desenvolver e restringiu a distância máxima às nossas vizinhanças cósmicas. O resultado é uma lista de 82 estrelas parecidas com o Sol que satisfazem todos os critérios para ter um exoplaneta cujos hipotéticos habitantes possam nos encontrar e que não estejam longe demais.
A dupla afirma que seu catálogo pode ser usado imediatamente, por exemplo, pelo Instituto SETI, que busca sinais de vida alienígena inteligente.
"É impossível prever se os extraterrestres usam as mesmas técnicas observacionais que nós. Mas eles têm de lidar com os mesmos princípios físicos que nós, e os trânsitos solares da Terra são um método óbvio para nos detectar," concluiu Heller
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php

quarta-feira, 9 de março de 2016

Terapia contra o câncer tem resultados surpreendes, curando 94% dos pacientes

Publicado em 17.02.2016
terapia cancer promiss
É importante ser cauteloso antes de anunciar “milagres da medicina”, mas uma nova terapia contra o câncer tem tido bons resultados e o otimismo dos últimos testes pode ser justificado.
O tratamento personalizado, chamado de imunoterapia, conseguiu fazer com que 94% dos pacientes entrassem em remissão, sendo que em todos eles a quimioterapia tinha falhado anteriormente.
O estudo é encabeçado por Stanley Riddell, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, uma instituição de pesquisa sobre o câncer que fica em Seattle, nos EUA. Um artigo sobre os resultados da pesquisa está sendo revisado para ser publicado.

Engenharia genética

O tratamento se concentra em componentes do sistema imunológico chamados de células T.
Naturalmente, essas células passam seus dias passeando pelo corpo atrás de ameaças e matando todos os invasores ou células cancerosas com que se deparam. Porém, muitas vezes elas não são potentes ou persistentes o suficiente para lidar com tumores se dividindo rapidamente.
Com os avanços da engenharia genética, os cientistas perceberam que poderiam explorar essas células, aumentando suas habilidades inatas para que visem especificamente tumores.

A técnica

Riddell e seus colegas modificaram células T para fabricar um receptor que reconhece uma molécula chamada CD19. Como este receptor encontra-se quase exclusivamente em um tipo de células brancas do sangue chamado de célula B, isto melhora sua capacidade de reconhecer e destruir tumores originários a partir destas células, tais como certas leucemias e linfomas.
Depois de as células T do paciente serem removidas, o gene para este receptor sintético é adicionado. Duas semanas mais tarde, as células modificadas são colocadas de volta no paciente.
Os cientistas utilizam um subconjunto específico de células T que apresentam uma elevada capacidade regenerativa, o que significa que elas permanecem no corpo durante períodos de tempo prolongados após o transplante. Isto tem a vantagem adicional de oferecer proteção a longo prazo contra o câncer, uma vez que dá ao sistema imunitário uma memória duradoura que pode ser resgatada caso o tumor reapareça.

Resultados promissores

Os testes realizados pela equipe têm sido até agora pequenos, mas promissores.
Os resultados mais impressionantes vieram de um grupo de 35 pacientes com leucemia linfoblástica aguda, em que 94% entraram em remissão.
E em mais de 40 indivíduos com linfoma, mais do que 50% também viram seus sintomas cancerosos desaparecem. Considerando que outros tratamentos tinham falhado nesses pacientes e muitos só tinham alguns meses de vida, esses resultados soam ainda mais impressionantes.
É importante notar, entretanto, que alguns pacientes experimentaram efeitos colaterais graves com o tratamento, incluindo problemas neurológicos e diminuição da pressão arterial. Agora, os pesquisadores vão trabalhar para reduzir esses efeitos, e mais estudos serão feitos para determinar se eles são duradouros

Célula solar-eletroquímica armazena luz do Sol e gera hidrogênio
Protótipo do reator fotoeletroquímico, que opera nas temperaturas elevadas encontradas nas usinas termossolares. [Imagem: TU Wien]

Célula solar-eletroquímica armazena luz do Sol e gera hidrogênio



Célula fotoeletroquímica
As células fotovoltaicas convertem a luz solar em eletricidade, mas sua eficiência diminui a temperaturas elevadas.
Outra linha de trabalho tenta usar a energia elétrica produzida pelas células solares para a produção de hidrogênio, um combustível limpo, mas a eficiência energética desse processo ainda é limitada.
Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Viena, na Áustria, desenvolveram agora um novo conceito: eles conseguiram combinar a energia fotovoltaica gerada em altas temperaturas com uma célula eletroquímica, que poderá produzir hidrogênio.
A luz ultravioleta do Sol é usada diretamente para bombear íons de oxigênio através de um eletrólito sólido, o que significa que a energia da luz UV é armazenada quimicamente. Com as adaptações necessárias, este método também pode ser usado para quebrar as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio.
"Isso nos permitirá concentrar a luz solar com espelhos e construir plantas de grande escala com um alto índice de eficiência. As células fotovoltaicas comuns, no entanto, só funcionam bem até 100º C. Uma planta com concentradores solares opera em temperaturas muito mais elevadas," disse Georg Brunauer, idealizador da nova célula.
Fotovoltaica com eletroquímica
O que Brunauer fez foi combinar diversos óxidos metálicos para montar uma célula que combina a energia fotovoltaica com a eletroquímica.
A chave para o sucesso foi uma escolha bem feita dos materiais usados. Em vez do silício tradicionalmente usado nas células fotovoltaicas, ele optou pelas perovskitas, tidas como o material do futuro não apenas para células solares, mas também para LEDs e memórias RAM.
"Nossa célula consiste de duas partes diferentes - uma parte fotoelétrica na parte superior e uma parte eletroquímica embaixo. Na camada superior, a luz ultravioleta cria portadores de carga livres, assim como em uma célula solar padrão," explica Brunauer.
Os elétrons nesta camada são imediatamente capturados e dirigidos para a camada inferior, da célula eletroquímica. Uma vez lá, esses elétrons são usados para ionizar o oxigênio. Esses íons de oxigênio negativos deslocam-se então através de uma membrana na parte eletroquímica da célula, onde são armazenados.
O protótipo funcionou a contento, mas a tensão gerada - 0,9 Volt - não é suficiente ainda para a produção direta de hidrogênio. "Esse objetivo está ao nosso alcance, agora que demonstramos que a célula funciona," disse Brunauer.
 Bibliografia: UV-Light-Driven Oxygen Pumping in a High-Temperature Solid Oxide Photoelectrochemical Cell
Georg Christoph Brunauer, Bernhard Rotter, Gregor Walch, Esmaeil Esmaeili, Alexander Karl Opitz, Karls Ponweiser, Johann Summhammer, Juergen Fleig
Advanced Functional Materials
DOI: 10.1002/adfm.201503597


Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=celula-solar-eletroquimica-armazena-luz-sol-gera-hidrogenio&id=010115160307&ebol=sim
 

Usinas solares começam a flutuar pelo mundo

Usinas solares começam a flutuar pelo mundo
[Imagem: United Utilities/Divulgação]

Usinas solares flutuantes
A maior fazenda solar flutuante da Europa está sendo construída em um reservatório na Inglaterra.
Mais de 23.000 painéis solares fotovoltaicos estão sendo colocados na superfície do reservatório Rainha Elizabeth II, perto de Surrey.
A fazenda, que terá o tamanho equivalente a oito campos de futebol contíguos, deverá gerar 5,8 megawatts-hora (MWh) de eletricidade.
Parte dessa energia será usada para alimentar o sistema de tratamento de água instalado na própria represa.
O empreendimento é uma obra conjunta entre a empresa de abastecimento de água e a concessionária de energia que atende a região.
Usinas solares começam a flutuar pelo mundo
O processo de montagem é simples e rápido. [Imagem: LightSource/Divulgação]
Construção em terra
A plataforma flutuante terá 57.500 metros quadrados, composta por mais de 61.000 flutuadores e 177 âncoras.
Os painéis solares estão sendo instalados sobre a plataforma em um sistema de construção simples e de baixo custo, com as peças sendo montadas em terra e simplesmente lançadas sobre a água.
A maior usina solar flutuante na Europa até agora também está na Inglaterra, tendo sido inaugurada perto de Manchester no Natal passado, medindo 45.500 metros quadrados.
Usinas solares começam a flutuar pelo mundo
A fazenda solar vai sendo montada e simultaneamente lançada na água. [Imagem: LightSource/Divulgação]
Maior usina solar flutuante do mundo
As duas usinas inglesas parecem pequenas perto da maior usina solar flutuante do mundo, que está sendo construída no Japão.
A fabricante de painéis solares Kyocera está construindo a fazenda solar em Chiba, na represa Yamakura.
Ela terá 180.000 metros quadrados quando concluída, fornecendo energia suficiente para abastecer 4.970 casas no padrão de consumo japonês - a fazenda solar inglesa conseguirá abastecer 1.800 casas.
Usinas solares começam a flutuar pelo mundo
Protótipo da fazenda solar brasileira, lançado na represa de Balbina. [Imagem: Bianca Paiva/Agência Brasil]
Fazendas solares brasileiras
O Brasil também está começando a investir na exploração de energia solar em lagos de usinas hidrelétricas.
A utilização dos lagos das hidrelétricas permite aproveitar as subestações e as linhas de transmissão das usinas, evitar a desapropriação de terras e ainda proteger o reservatório, evitando a evaporação.
O primeiro projeto foi lançado na semana passada na Hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas.
As placas fotovoltaicas flutuantes no reservatório da usina amazonense vão gerar, inicialmente, um 1 MW de energia. A previsão é que, até outubro de 2017, a potência seja ampliada para 5 MW.
Um projeto semelhante, com a mesma capacidade de geração de energia solar de Balbina, será lançado nesta semana na Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=usinas-solares-comecam-flutuar-pelo-mundo&id=010115160308&ebol=sim#.VuDH9kA8pb0
 

quarta-feira, 2 de março de 2016

A Força | Nerdologia 115

Como as ondas gravitacionais podem revolucionar a astronomia

astronomia ondas
Na esteira do anúncio histórico da semana passada da descoberta das ondas gravitacionais pelo Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), o físico britânico e teórico de buracos negros Stephen Hawking foi rápido em parabenizar a colaboração liderada pelos Estados Unidos, compartilhando seu entusiasmo pela histórica notícia para a astronomia.
“Estes resultados confirmam várias previsões muito importantes da teoria da relatividade geral de Einstein”, disse Hawking em uma entrevista à BBC. “Ela confirma a existência de ondas gravitacionais diretamente”.
Como é evidente, a detecção direta destas ondulações no espaço-tempo não só confirma a famosa teoria da relatividade geral de Einstein, mas também abre nossos olhos para um universo anteriormente “obscuro”. A astronomia usa o espectro electromagnético (como a luz visível, raios-X, infravermelho) para estudar o universo, mas os objetos que não irradiam no espectro eletromagnético passam despercebidos. Agora que sabemos como detectar ondas gravitacionais, pode haver uma mudança de paradigma na forma como detectar e estudar alguns dos fenômenos cósmicos mais energéticos.
“As ondas gravitacionais fornecem uma maneira completamente nova de olhar o universo”, disse Hawking. “A capacidade de detectá-las tem o potencial de revolucionar a astronomia”.

Evidência observacional

Usando as estações gêmeas de observação do LIGO, localizadas na Louisiana e em Washington, nos EUA, os físicos não só detectaram ondas gravitacionais; as ondas gravitacionais que foram detectadas tinham um sinal muito claro que estava estreitamente alinhado a modelos teóricos de uma fusão entre buracos negros a cerca de 1,3 bilhões de anos-luz de distância. A partir da análise inicial do sinal de fusão de buracos negros, Hawking percebeu que o sistema parece alinhar-se com as teorias que ele desenvolveu na década de 1970.
“Esta descoberta é a primeira detecção de um sistema binário de buracos negros e a primeira observação de buracos negros em uma fusão”, disse ele. “As propriedades observadas deste sistema são consistentes com as previsões sobre os buracos negros que eu fiz em 1970 aqui em Cambridge”, apontou.
Hawking talvez seja mais conhecido por seu trabalho que une teoria quântica com a física dos buracos negros, percebendo que os buracos negros evaporam ao longo do tempo, levando à sua participação no fascinante “Paradoxo Firewall”, que continua a ressoar em toda a comunidade física teórica. Mas aqui ele se refere ao seu teorema da área do buraco negro, que constitui a base da “segunda lei” da mecânica do buraco negro. Esta lei estabelece que a entropia, ou o nível de desorganização da informação, não pode diminuir dentro de um sistema de buraco negro ao longo do tempo. Uma consequência disto é que quando dois buracos negros entram em fusão, como o evento de 14 de setembro, a área dos horizontes de eventos combinados “é maior do que a soma das áreas dos buracos negros iniciais”. Além disso, Hawking ressalta que esse sinal de onda gravitacional parece estar de acordo com as previsões com base no “teorema da calvície” dos buracos negros, o que significa, basicamente, que um buraco negro pode ser simplesmente descrito por seu momento angular, massa e carga.
Os detalhes por trás de como esse primeiro sinal de ondas gravitacionais de uma fusão entre buracos negros concorda com a teoria são complexos, mas é interessante saber que esta primeira detecção já permitiu que os físicos confirmem teorias com décadas de idade e que, até agora, tinham pouca ou nenhuma evidência observacional.

Enigma do crescimento

“Esta descoberta apresenta ainda um enigma para os astrofísicos”, disse Hawking. “A massa de cada um dos buracos negros é maior do que o esperado para aqueles formados pelo colapso gravitacional de uma estrela – então como é que ambos os buracos negros se tornaram tão grandes?”.
Esta questão toca em um dos maiores mistérios da astronomia que cercam a evolução dos buracos negros. Atualmente, os astrônomos estão tendo dificuldades em compreender como os buracos negros crescem e ficam tão grandes. Em um extremo da escala, há buracos negros com “massa estelar” que se formam imediatamente após uma estrela massiva se tornar uma supernova, e também temos uma abundância de evidências para a existência dos buracos negros gigantes e supermassivos que vivem nos centros da maioria das galáxias. Há uma desconexão, no entanto.
Se os buracos negros crescem através da fusão e do consumo de matéria estelar, deveria haver evidência de buracos negros de todos os tamanhos. Mas buracos negros de massa “intermediária” e buracos negros com algumas dezenas de massas solares são surpreendentemente raros, o que coloca algumas teorias da evolução dos buracos negros em dúvida.
Com a detecção das ondas gravitacionais veio a constatação de que uma fusão binária entre buracos negros as causou. Dois buracos negros, pesando 29 e 36 massas solares, colidiram e se fundiram em um só, gerando um sinal de onda gravitacional muito claro. Mas, como apontado por Hawking, como buracos negros desta massa específica vieram a existir poderia fornecer algumas pistas de como os buracos negros crescem. [Space.com]

Fonte: hypescience.com 

Um meteoro explodiu a 1.900 km do Rio de Janeiro

Publicado em 24.02.2016
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No dia 2 de fevereiro, um meteoro com cerca de 7 metros de diâmetro explodiu sobre o Oceano Atlântico, e os cientistas estimam que seja a maior explosão atmosférica desde Chelyabinsk.
Segundo dados da Nasa, a explosão aconteceu às 14h UTC no sul do Oceano Atlântico, liberando uma energia de 13.000 toneladas de TNT, viajando a uma velocidade de 15,5 km/s e desintegrando-se a uma altitude de cerca de 31 km. É quase a mesma energia liberada pela Bomba de Hiroshima, que soltou energia equivalente a 15.000 toneladas de TNT.
Como foi uma explosão no meio do Atlântico, não foi registrada por nenhuma câmera. A detecção da explosão atmosférica foi feita provavelmente pelos militares dos Estados Unidos, e comunicada à Nasa. Eles podem ter registrado a explosão com um satélite, ou então detectado a onda de choque ou o som da explosão usando microfones supersensíves.
Apesar de tanta energia, este meteoro perdeu para o de Chelyabinsk, que liberou o equivalente a 450.000 toneladas de TNT, cerca de 40 vezes mais. Se tivesse acontecido sobre o Rio de Janeiro, talvez causasse alguma vibração em janelas e assustasse as pessoas.
A Nasa estima que meteoritos de cerca de 10 metros atinjam a Terra uma vez a cada 10 anos, mas este número está sendo questionado. Um dos problemas com a estimativa é que depende do registro destes eventos, e como 3/4 da superfície do planeta são cobertos por água, a maioria não tem testemunhas. [IFLScienceBadAstronomy]

Fonte: hypescience.com

5 boatos sobre o vírus da Zika que não passam de boatos

Embora não haja nenhuma prova absoluta de que o vírus da Zika esteja por trás da onda de microcefalia no Brasil e surtos de síndrome de Guillain-Barré em seis países diferentes, as principais autoridades de saúde do mundo estão quase certas de que esta relação é verdadeira.
“A cada dia que passa, a evidência de que ele é a causa destes problemas aumenta”, disse recentemente Thomas R. Frieden, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, órgão do governo dos EUA.
Bruce Aylward, que está liderando a resposta da Organização Mundial da Saúde, afirma: “Neste momento, o vírus é considerado culpado até que se prove o contrário”.
Mesmo assim, muitos rumores culpando outras causas potenciais surgiram recentemente, e as autoridades têm trabalhado duro para desmascarar os boatos. A seguir, você vê quais são as teorias mais proeminentes que estão surgindo nas redes sociais, juntamente com as respostas dos cientistas.

5. Os mosquitos geneticamente modificados são a verdadeira causa dos defeitos de nascimento?

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Esse som de zumbido que você está ouvindo é um “não”.
A empresa britânica Oxitec lançou mosquitos geneticamente modificados no Brasil em uma tentativa de controlar a dengue. Mas os surtos de microcefalia posteriores a isso ocorreram em lugares distantes. Por exemplo, a maior parte da liberação de mosquitos foi em Piracicaba, que fica a quase 3 mil quilômetros de Recife, onde a microcefalia é mais comum. Os mosquitos também foram liberados nas Ilhas Cayman, na Malásia e no Panamá, sem causar problemas do tipo.
Mosquitos voam menos de dois quilômetros em suas vidas. Além disso, apenas mosquitos machos foram liberados. Eles não mordem os seres humanos ou causam a propagação da doença, e foram geneticamente programados para morrer rapidamente.

4. Poderia um larvicida na água potável estar causando a microcefalia?

rumores zika 4 Não.
Entomologistas têm taxado como “ridícula” a ideia de que o larvicida Pyriproxyfen poderia ter causado uma onda tão grande de defeitos de nascimento. Ele não ataca as células nervosas; o larvicida é um mímico químico de um hormônio dos insetos que sinaliza às larvas a parar de crescer, e hormônios de insetos não colocam os seres humanos em perigo.
O Pyriproxyfen foi aprovado nos Estados Unidos em 2001 e é vendido como um tratamento de pulgas para cães e gatos e como um spray de tapete para matar pulgas. Os bebês têm passado perto do material por anos sem dano aparente. E no Brasil e na Polinésia, a lesão cerebral ocorreu às crianças em muitas comunidades onde o larvicida não foi usado.

3. A culpa é das vacinas?

rumores zika 3 Não é plausível.
Rumores culparam tanto um “lote ruim de vacina contra a rubéola” quanto a introdução de uma nova vacina contra a coqueluche no Brasil, ou o alumínio presente nesta vacina. Também não é plausível.
Não houve surto de rubéola entre as mulheres grávidas e nenhuma evidência de um “lote ruim”. Nenhuma vacina é usada apenas no nordeste do Brasil. A nova vacina contra a coqueluche tem sido usada desde a década de 1990 em muitos países. Ela foi introduzida porque uma versão mais antiga estava causando dor, febre e, em casos raros, convulsões. Não microcefalia.

2. E se outra doença está causando microcefalia e síndrome de Guillain-Barré?

rumores zika 2 Evidências crescentes apontam para o Zika.
O surto de microcefalia começou em cidades brasileiras da região nordeste, onde os médicos já haviam visto milhares de pessoas com uma “doença misteriosa”, que mais tarde foi provada ser causada pelo vírus Zika. Embora não haja nenhum teste rápido para o Zika, os sintomas são facilmente reconhecidos – erupções cutâneas, olhos vermelhos, febre e dor nas articulações, em grande número de pacientes que quase nunca estão perigosamente doentes.
Embora inicialmente tenham diagnosticado de forma equivocada, os médicos brasileiros sabiam há meses que tinham um grande surto de uma doença incomum em suas mãos. A mesma coisa aconteceu em Yap Island na Micronésia em 2007 e na Polinésia Francesa em 2013.
Dentro de algumas semanas após a “doença misteriosa” ter aparecido, os médicos começaram a notar um aumento na paralisia em adultos – sintoma da síndrome de Guillain-Barré, uma doença auto-imune que pode ser desencadeada por infecções virais. Houve uma oscilação semelhante nos casos na Polinésia Francesa, em 2013, e os casos estão agora surgindo na Colômbia, El Salvador, Suriname, Venezuela e Martinica – sempre em sintonia com surtos da Zika. Em alguns casos, o vírus Zika foi encontrado no sangue ou na urina das vítimas.
Cerca de um ano após o surto ter começado no nordeste do Brasil, os casos de microcefalia começaram a aparecer entre os recém-nascidos da região. Patologistas no Brasil, Estados Unidos e Europa têm encontrado agora o vírus da Zika no tecido cerebral de fetos microcéfalos natimortos e abortados e no líquido amniótico em torno deles.

1. O Brasil não poderia estar apenas subestimando a microcefalia durante anos?

rumores zika 1
É possível, mas não por margens suficientemente grandes para explicar o surto atual.
Alguns pesquisadores acreditam que o Brasil já relatou casos de forma imprecisa, mas não por uma grande margem. Definições de microcefalia variam, mas os países europeus e norte-americanos relatam aproximadamente entre um caso a cada 5.000 nascidos vivos e um caso a cada 10.000. Antes do aparecimento da Zika, o Brasil relatava um caso a cada 20.000 nascidos vivos – em outras palavras, a metade ou um quarto de quantos poderiam realmente ter acontecido.
Antes do surto, os sete estados no nordeste do Brasil, onde a microcefalia apareceu pela primeira vez, relatavam cerca de 40 casos de microcefalia em um ano. Em outubro, neurologistas de Recife, que normalmente viam bebês microcéfalos muito raramente, tiveram que lidar com o tratamento de cinco ou mais de cada vez. Até 17 de novembro, apenas os sete estados tiveram 400 casos notificados. Um mês depois, apenas um deles, Pernambuco, informou mais de 600.
Eventualmente, o Ministério da Saúde decidiu que os médicos estavam fazendo um “sobreregistro” dos casos. Por isso, em dezembro, as autoridades de saúde do país decidiram mudar sua definição para incluir apenas as crianças com cabeças com menos de 32 centímetros de circunferência na definição de microcefalia, em vez de 33, como era feito até então. Mas os casos continuaram a crescer. Mesmo a subestimação anterior não explicaria a enorme onda que se seguiu ao surgimento da Zika.

Espalhando os boatos

Rumores como estes geralmente surgem nos primórdios das epidemias com frequência. “Os rumores são a alma de qualquer epidemia”, afirma o Dr. Howard Markel, historiador médico da Universidade de Michigan, nos EUA.
Ele fornece vários exemplos: na Idade Média, a peste foi atribuída a judeus, que foram acusados ​​de envenenamento de poços. Quando a doença irrompeu na Chinatown de San Francisco, nos EUA, em 1900, as autoridades locais culparam as “dietas de arroz”. Um surto de cólera em 1892 em Nova York foi atribuído a peixes contaminados.
Nos primeiros dias da AIDS, rumores persistiram durante anos dizendo que a doença não acontecia devido a um vírus, mas que era uma “doença do estilo de vida gay”, e que o sistema imunológico era comprometido por uma combinação de promiscuidade sexual e drogas como o nitrato de amilo, teoricamente usadas pelos homens exaustos pelas noites nas discotecas. Quando descobriu-se que a AIDS também era difundida na África, os mesmos “negadores” culparam uma combinação de febres crônicas, perda de peso, diarreia e tuberculose.
Mas por que os rumores se espalham de forma tão eficaz?
Há três razões.
Primeiro, afirma Markel, porque muitos contêm algumas pitadas de verdade. Mosquitos geneticamente modificados foram lançados no Brasil e o larvicida foi realmente usado em algumas cidades.
Em segundo lugar, porque muitos rumores têm um bode expiatório conveniente. Doenças já foram atribuídas a grupos étnicos. Agora, corporações são as principais suspeitas. O Pyriproxyfen no Brasil foi feito pela Sumitomo, uma empresa química japonesa, e rumores sobre ele enfatizaram a parceria anterior da Sumitomo com a Monsanto, uma empresa americana vista com desconfiança por muitos ambientalistas.
Em terceiro lugar, porque alguns rumores são espalhados por pessoas proeminentes. O rumor sobre o larvicida foi iniciado por um grupo que se autodenomina “médicos das cidades pulverizadas”. Entre os que negavam a AIDS estavam Peter H. Duesberg, um biólogo molecular premiado, e Thabo Mbeki, que adotou a opinião do Dr. Duesberg enquanto presidente da África do Sul. [NY Times]

Fonte: http://hypescience.com/
 

terça-feira, 1 de março de 2016

Especial Matéria Escura: Átomos de matéria escura

Especial Matéria Escura
Esquema (fora de escala) mostrando os hipotéticos áxions (azul) vindos do Sol, convertidos em raios X (laranja) pelo campo magnético da Terra (vermelho), detectados pelo observatório XMM-Newton, que podem ter sido o primeiro sinal detectado da Matéria Escura. [Imagem: University of Leicester]


SIMPs
Apenas para relembrar, os físicos nunca detectaram qualquer sinal da matéria escura propriamente dita, tendo uma ideia de sua quantidade no Universo com base em observações de galáxias, que giram rápido demais para não se esfacelarem, devendo haver algo que gere a gravidade que as mantém coesas - esse algo que falta é que recebe o nome de matéria escura.
Mas as observações das regiões interiores das galáxias não são assim tão previsíveis, não batendo com as simulações da matéria escura. Essas simulações frequentemente assumem que a matéria escura não interage consigo mesma, mas não há nenhuma razão para acreditar que seja assim.
Essa percepção levou ao conceito das SIMPs, (Strongly Interacting Massive Particles, ou partículas massivas fortemente interativas), a mais recente adição ao campo já quase lotado de candidatos a partículas da matéria escura e que nasceu para contestar o modelo das WIMPs.
Simulações feitas com as SIMPs parecem eliminar a discrepância encontrada em outros modelos, conseguindo até mesmo explicar os estranhos fótons que emanam dos aglomerados de galáxias - eliminando a necessidade dos neutrinos estéreis.

Gravitino
A teoria da supersimetria prevê a existência de superpartículas: ao fóton corresponderia um fotino, ao gráviton corresponderia o gravitino, e assim por diante.
Os grávitons são os hipotéticos portadores da força da gravidade. Embora não tenham sido encontrados ainda, deparar-se com eles seria um elemento fundamental para uma teoria quântica da gravidade.
Já os gravitinos, ao menos em alguns modelos, podem ser extremamente leves - alguns poucos elétrons-volts - podendo se enquadrar como um constituinte adequado da matéria escura.


Áxions
Com os inúmeros desafios que a busca pelos WIMPs anda enfrentando, uma partícula hipotética conhecida como áxion veio trazer um novo entusiasmo à área.
O áxion em si não é uma ideia nova. Físicos imaginaram sua existência no início de 1980, pouco depois de Helen Quinn e Roberto Peccei publicarem um artigo histórico que ajudou a resolver um problema com a força nuclear forte.
Embora os áxions tenham ficado em banho-maria desde então como bons candidatos a constituintes da matéria escura, só recentemente os experimentalistas começaram a dispor de instrumentos capazes de sondar algumas das regiões energéticas onde se prevê que os áxions podem aparecer.
O experimento ADMX (Axion Dark Matter Experiment), na Universidade de Washington, está procurando pelos áxions usando um campo magnético forte para tentar transformá-los em fótons detectáveis. Ao mesmo tempo, os teóricos continuam a imaginar novos tipos de áxions, juntamente com novas formas de procurar por eles.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php

Especial Matéria Escura: Do que a matéria escura é feita?


Especial Matéria Escura
O telescópio de raios X Chandra detectou uma partícula misteriosa no Aglomerado de Perseu em 2014, que está sendo chamada de bulbulon, que já entrou na fila de candidatos a partícula de matéria escura.[Imagem: NASA]

Átomos de matéria escura
Com a detecção das ondas gravitacionais, e a eventual confirmação da existência dos buracos negros, a atenção se volta agora para um dos dois enormes "vazios escuros" da teoria cosmológica atual: a matéria escura - a outra incógnita é a energia escura, mas ela está envolta em uma escuridão muito maior.
Embora quase um século já tenha se passado desde que um astrônomo usou pela primeira vez o termo "matéria escura", na década de 1930, a substância ainda carece de explicações. Os físicos podem medir seus efeitos gravitacionais sobre os movimentos das galáxias e outros corpos celestes, mas o que a constitui permanece um mistério.
Como seu efeito conhecido é unicamente gravitacional, o aprimoramento da detecção das ondas gravitacionais poderá ajudar nessa busca. De qualquer forma, ainda que os cientistas não saibam do que a matéria escura é feita, eles estão cheios de ideias.
Os físicos têm sugerido inúmeras possibilidades para os "átomos de matéria escura" ao longo dos anos, cada uma exigindo suas próprias técnicas e instrumentos de detecção.
"Você não sabe qual experimento no final irá revelá-la. E se você não considerar o experimento certo, então você pode não encontrá-la," diz Neal Weiner, professor de física da Universidade de Nova Iorque, nos EUA.
Nesta série de reportagens, baseada em uma compilação feita pela pesquisadora Laura Dattaro, do Fermilab, nos EUA, serão discutidos os principais candidatos a átomos de matéria escura e as possibilidades de detecção de cada um.

WIMPs
O termo WIMP engloba várias partículas hipotéticas de matéria escura, algumas das quais serão apresentadas em nossa série.
O termo é uma sigla para Weakly Interacting Massive Particles, partículas maciças fracamente interativas, englobando a ideia de que as partículas de matéria escura não interagem entre si.
As WIMPs teriam entre 1 e 1000 vezes a massa de um próton e interagiriam umas com as outras apenas através da força fraca, a força responsável pelo decaimento radioativo.
As WIMPs estão em primeiro lugar na lista de apostas dos físicos, mas uma recente onda de dados lançou dúvidas sobre sua existência, incluindo o experimento LUX, o observatório Xenon100 e o detector espacial AMS.
A caçada continua, no espaço e na terra, incluindo otimizações desses experimentos e ainda os enormes detectores do LHC. Mas, para se manterem no topo da lista de preferências, as WIMPs estão ficando sem tempo para se mostrar, à medida que esses mesmos experimentos ampliam as restrições sobre sua massa, força da interação e outras propriedades.
Se as WIMPs não aparecerem logo, isto significará um impulso para novas soluções mais criativas e mais audaciosas.
"Se nós não as virmos, elas irão, pelo menos, acabar fechando o capítulo sobre um paradigma realmente dominante que tem sido o guia no campo por muitos e muitos anos," reconhece a professora Mariangela Lisanti, da Universidade de Princeton.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php